segunda-feira, 23 de abril de 2012

REVISTA PROTEÇÃO - MATÉRIA DE CAPA: EXAUSTOS


Reportagem de Lia Nara Baú / Colaboração: Diego Rosinha
Capa: Beto Soares / Estúdio Boom

Nos últimos seis anos, o número de afastamentos por transtornos mentais e do comportamento subiu em quase 2.000%

Considerado um dos grandes males do século XXI, o estresse é um transtorno que acomete milhões de trabalhadores em todo o mundo. Falta de segurança, jornadas estendidas, prazos exíguos, pressão por metas e/ou produtividade, falta de gestão por parte de chefias estão entre as principais causas do estresse no trabalho. Em decorrência disso tem-se trabalhadores exaustos, deprimidos, agressivos, com baixa produtividade, desmotivados, entre tantas outras consequências. Um quadro preocupante para quem trabalha e um desafio para a área de Saúde e Segurança do Trabalho.

O estresse, por si só, não é considerado uma doença relacionada ao trabalho. Somente a Síndrome de Burnout integra o rol dos Transtornos Mentais e do Comportamento Relacionados ao Trabalho (CID 10 - Código Internacional de Doenças). Segundo o Manual de Procedimentos para os Serviços de Saúde, do Ministério da Saúde (disponível em http://dtr2001.saude.gov.br/editora/produtos/livros/pdf/02_0388_M1.pdf), a sensação de estar acabado (Síndrome de Burnout ou Síndrome de Esgotamento Profissional) é um tipo de resposta prolongada a estressores emocionais e interpessoais crônicos no trabalho. Tem sido descrita como resultante da vivência profissional em um contexto de relações sociais complexas, envolvendo a representação que a pessoa tem de si e dos outros.

O médico do Trabalho, professor e coordenador da Pós-Graduação em Medicina do Trabalho da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais, Hudson de Araújo Couto, explica que burnout é o termo utilizado hoje na literatura de língua inglesa para o quadro bem conhecido de esgotamento físico-mental ou estafa, que geralmente acomete quem vive estresse prolongado. "Nesse quadro de esgotamento, a capacidade produtiva da pessoa cai enormemente, praticamente chegando a zero. São casos que vêm com grande componente emocional, pois muito do nosso sentido de valor está relacionado a nossa capacidade produtiva; e quando o indivíduo se dá conta de que sua capacidade produtiva está baixíssima, isso costuma vir acompanhado de crises de angústia e períodos de depressão", aponta.

O trabalhador sujeito a fatores estressantes por períodos prolongados já apresenta um quadro de estresse. Nessa fase é possível reverter tal situação de mal-estar no trabalho mais facilmente do que no nível do burnout. Daí a importância do diagnóstico precoce e de intervenções efetivas e eficazes nas empresas.


Confira a reportagem completa
na edição 243
da Revista Proteção   

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